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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

CHEGANDO AO PORTO

                                    Gen Div Gilberto Pimentel
14 de outubro de 2015
 Quando há alguns meses achamos por bem desencadear uma campanha pela busca da redenção de valores caros ao povo brasileiro, estávamos convictos de que a hora disso ser feito por algum segmento nacional já tardava.
Hoje, quando julgamos que nossa Campanha pela Moralidade Nacional alcançou os objetivos a que se propunha dentro de seu espectro de possibilidades de atuação, somos forçados a admitir que, infelizmente, estávamos certos em nossa análise do cenário brasileiro.
O brasileiro continua a viver uma crise de valores que leva o País em direção a um precipício moral capaz de atrasar nosso desenvolvimento em muitos anos, quiçá décadas. Não é tão simples constatar a necessidade visceral do homem comum querer levar vantagens na vida diuturnamente. Isto se tornou um câncer a corroer nas diferentes camadas sociais, independente, inclusive, do grau de crescimento cultural.
O que fazer então?
Mais do que nunca há que se criar e manter uma chama no seio da nossa sociedade a iluminar um caminho verdadeiro de desenvolvimento sociocultural antes que econômico-financeiro. Há que se trabalhar as mentes antes de querer qualquer progresso de ordem material. O povo não vai melhorar com a cabeça que tem hoje e a tem por culpa das elites que habitam esta Terra de Santa Cruz. Por conseguinte, as lideranças brasileiras de todas as ordens têm que ter a hombridade e o sentido de brasilidade necessário a resgatar nossa moral como povo. Faz-se necessário que nossos homens públicos tenham a coragem moral de pensar no bem-comum antes de vislumbrar sua locupletação com a coisa pública.
Muito tempo foi perdido na busca pessoal em detrimento da pública. Esquecemos que o crescimento da sociedade também é parte do nosso crescimento como pessoa.
A Campanha pela Moralidade Nacional foi como o acendimento de uma pira na tentativa de trazer luz à escuridão de valores que cercam nossa sociedade.
Como tal, atingiu seu intento!
Foram mais de meio milhar de adesões de preocupados brasileiros de Leste a Oeste e de Norte a Sul do País, cinquenta crônicas de personalidades nacionais sobre o tema, além de palestras com entusiasta assistência, restando-nos a certeza de que a Campanha tinha de ter sido elaborada, como tantas outras que o Clube Militar encetou ao longo de sua centenária vida e que, também, ocupou com beleza cívica invulgar o espaço a ela destinado.
Como uma sentinela diligente, o Clube Militar continuará na firme determinação de permanecer atento à vida nacional e às suas vicissitudes, buscando colaborar para o sucesso do verdadeiro crescimento da Nação Brasileira.

Gen Div Gilberto Rodrigues Pimentel é Presidente do Clube Militar.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

DECADÊNCIA MORAL, INTERVENÇÃO E O EXÉRCITO

Ney de Araripe Sucupira
O Brasil escancarará ao mundo a sua mais degradante experiência político-governamental, a instituição do "Mega Corporativismo Governamental" que se estruturou ao longo dos últimos anos de gestão petista.
Sistema que se caracterizou por intimidades e interesses espúrios envolvendo o Executivo, Legislativo, Judiciário, Bancos, Empreiteiras, Partidos Políticos, Sindicatos, ONGs, etc...
O desmascaramento do "Mensalão" e o exitoso desdobramento da operação "Lava Jato" exibiram os porões do monumental corporativismo oficial, com ressonância global, fato que envergonha os brios da nacionalidade, ainda que haja governantes e políticos que zombam do êxito das ações da Polícia Federal e da Justiça.
A prática do autoelogio do governo em festeiras inaugurações e em eventos internacionais não nos sensibiliza, não nos convence, nem ameniza o seu conceito negativo nos centros de poder, diante dos alardes bombásticos da parceria público-privada da corrupção.
Diante do descalabro governamental constatamos a própria anemia social, sem dúvida época de anemia cívica, inaugurada há 30 anos, quando o governo José Sarney extinguiu a Comissão Nacional de Moral e Civismo e o ensino de tais princípios de formação da cidadania.
Hoje, pouco se louva os valores éticos e morais da nacionalidade, imprescindíveis ao alicerce da sociedade brasileira, agravando-se pelo governo que desconhece os termos Família, Honra, Nação, Pátria e Deus, vitupérias palavras para os embriagados da Internacional Socialista, bolivarianistas e curadores da Ilha Museu do Comunismo dos Castros.
As novas gerações, fermento moral da Nação, envolta na proposital dispersão midiática de consciência da realidade do País, nutre-se da ilusão das facilidades de diplomação profissional, com oportunidades de trabalho aquém das expectativas, em clima de inseguro porvir.
As forças vivas da economia e do empresariado, atônitas, tentam interpretar a orientação oficial no campo econômico, titubeantes na manutenção de suas iniciativas, sofrendo pela dispensa de sua mão de obra.
O Governo, angustiado na crise moral e econômica que ensejou, arrasta a sociedade para uma situação entre a apatia e o desespero, constando-se surdo clamor da coletividade em busca de paciência, esperança e fé, ampliando a frequência em igrejas conservadoras e pentecostais.
Por todos os cantos, ouvimos a reclamação de uma intervenção constitucional para dar um basta ao descalabro da irresponsabilidade administrativa e corrupção e, na voz do povo a indagação "onde estão as nossas Forças Armadas?".
Cabe ao Congresso Nacional, ao Judiciário e às forças vitais da sociedade o pleito à intervenção constitucional, uma das âncoras da salvação, face ao desconforto do Governo às inarredáveis investigações dos mal feitos.
Sem dúvida, tal situação, queixas, angústias e dores que ferem o coração cívico do povo, encontram eco generoso e simpático nas Forças Armadas, onde também padecem e sofrem os que sabem amar a sua Pátria.
Governantes, políticos, intelectuais, cientistas sociais e outras categorias não desconhecem que entre o Exército e o povo circulam sempre correntes de poderoso sentimento que os irmanam na alegria e nos sofrimentos porque o Exército é o povo. No quadro conjuntural, enganam-se os que não concordam que a solução para a decadência moral do Governo é de ordem exclusivamente política.
O Exército e Forças Singulares são instituições nacionais criadas para a defesa da honra e da integridade da Pátria.
Todavia, não sejamos ingênuos, nas crises que eventualmente possam por em risco a paz social, a vida democrática e o destino do Brasil, que tem inimigos descobertos, pois o Exército terá que se manifestar como fator necessário à ordem e à democracia, legalista e no cumprimento da sua missão constitucional.
A missão da Força Terrestre não é governar e nem dirigir a Nação, mas é certo que terá de influenciar sempre no destino dela, concorrendo com lealdade, firmeza, patriotismo e exemplo de fé para manter a obra iniciada em "15 de novembro de 1889".

Ney de Araripe Sucupira é profissional de relações públicas e educador, exercendo as funções de Vice-Delegado da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra no Estado de São Paulo

CIDADANIA E PATRIOTISMO

Armando Bartolomeu de Souza e Silva Filho
Temos nos acostumado a ver a população pedir socorro aos “outros” e nos surpreendemos quando percebemos que esses “outros”, na verdade, somos nós mesmos na terceira pessoa... Porque não existem “outros”, somos apenas nós, brasileiros, um só povo e um só país.
Como “pecadores penitentes” pedindo fervorosamente a Deus, para o qual a maioria pouco se lembra de rezar nos tempos de fartura, que envie seu “exército de anjos” para nos livrar do fogo do inferno comunista. Para que venha nos salvar de nós mesmos, que inocentemente ou “oportunamente”, não repudiamos ou até incentivamos (de forma consciente ou não) àqueles que com suas falácias semearam o descrédito dos nossos valores tradicionais e a discórdia com o objetivo anunciado de desvirtuar nossos princípios, desconstruir nossas famílias, corromper a economia e mudar a nossa ideologia política, se perpetuando no poder.
Isso fica evidente quando percebemos que, infelizmente, ainda não conseguimos aprender os verdadeiros conceitos de justiça, cidadania e muito menos o de patriotismo.
Hoje existem “filósofos” psicodélicos pós-modernos e pessoas tão desventuradas, que se permitem acreditar cegamente nas palavras de anarquistas oportunistas, que pregam uma ideologia absolutista, se dizendo “progressistas”. Que intencionalmente distorcem o equilíbrio de conceitos fundamentais como: obrigações, direitos e deveres. Dessa forma prometem o paraíso na terra para os desamparados emocionais, culturais e sociais.
A propaganda maciça ao estilo paternalista, afirmando que “tudo” tem que ser, necessariamente, de todos igualmente. Excluindo-se os benefícios de seus líderes, é claro. Indiferentemente de qualquer outra coisa, principalmente a coerência, o merecimento, trabalho e a justiça...
Dentro desta ideologia utópica e oportunista está o falso contexto de que o Estado tem de fornecer de “graça” tudo o que as pessoas precisam: saúde, educação, segurança, transporte... Mas, infelizmente, na vida nada é de graça. Sempre, de uma forma ou de outra, alguém tem que trabalhar muito e pagar caro por tudo o que é distribuído de “graça”. O mais incrível é que essas pessoas não são capazes de compreender que em uma democracia livre e Constitucional de Direito, o patrimônio público é um bem comum da sociedade. “Tudo é de todos” e todos podem usufruir e participar do esforço para melhorá-lo, como: nossa infraestrutura social e econômica, ruas, praças, estradas, parques, jardins, monumentos históricos, serviços públicos... Que precisamos preservar e defender, porque são nossos.
Os bens mais importantes que temos são: a família, a educação e direitos iguais. O tripé que edifica a nossa sociedade. Muito embora, infelizmente, poucas vezes tenhamos oportunidades iguais. Esses bens preciosos são necessidades que suprimos, conquistando, individualmente, cada uma delas com nosso próprio esforço e sacrifícios. Por isso são direitos. Quando qualquer um desses pilares se fragmenta tudo o mais começa a desmoronar. A partir de então surge a anarquia, os oportunistas da dor alheia, a “prostituição social”.
Poucos passam a “ditar” o que é certo ou o que é errado. Assim, muitos se tornam excluídos, marginalizados, reprimidos e rotulados. Seus direitos individuais e trabalhistas são negados. O medo se torna maior do que a importância das nossas necessidades, ou valores. Ninguém quer se comprometer ou sair de sua “zona de conforto”. Em vez de participar ativamente da vida social e política, enaltecer e se regozijar com as coisas boas, observar, se indignar, protestar e enfrentar os desmandos e crimes comuns praticados pelos oportunistas, travestidos de defensores das liberdades individuais, dos populistas ditatoriais e inimigos do progresso social, simplesmente se calam.
Muitos até reclamam, escondidos no anonimato da multidão e poucos se manifestam corajosamente em público. O medo custa caro. Na vida tudo tem o seu custo e as coisas mais significativas o poder econômico não compra. Precisamos nos esforçar muito, aprender, laborar, fazer muitos sacrifícios para conquistá-las. Não somos culpados pelos erros dos outros, mas em sociedade somos todos igualmente responsáveis. Ou pelo menos deveríamos ser...  
Por isso cresce todos os dias o número de pessoas que pedem socorro as Forças Armadas para “desinfetar” os poderes constitucionalmente constituídos e corrompidos. Embora seja um pedido “lúcido” porque a sociedade civil se sente frágil, despreparada e incapaz de conter os abusos de poder e a corrupção desenfreada de governantes e empreendedores com grande poder econômico, mas perniciosos. O sentimento de impotência diante da ameaça declarada de que nossos governantes mudem nossa ideologia política, social e econômica de forma a se “se perpetuar no poder”.
As pessoas temem que o nosso Brasil livre, democrático e republicano seja transformado em um país “bolivarianista” (a versão tropical do comunismo), subvertendo os poderes constitucionais: Executivo, Legislativo e o Judiciário, mesmo sem nenhum apoio popular.
A questão é que quando o “inimigo” se esconde atrás de falácias, propaganda enganosa, bravatas e tumultos com o propósito de desorientar a população, escondendo seus desvios de conduta da sociedade civil, que confusa, acaba por se omitir em vez de se manifestar publicamente. Enfraquece suas instituições e a população não enfrenta as suas crises, como acontece nos países mais desenvolvidos, político-social e culturalmente. Não são questões ideológicas ou político-partidárias, são casos de polícia que precisam ser investigados, seus responsáveis levados aos tribunais e punidos rigorosamente, como pessoas comuns. Mas infantil e comodamente, os latinos americanos em sua maioria, têm o hábito de esperam que “alguém” assuma esta responsabilidade.
A função das Forças Armadas não é a de agir como Polícia Civil, Cruz Vermelha ou a Assistência Social. Precisamos, como cidadãos, enfrentar a viralização das tentativas de desconstrução social dos nossos princípios, cultura, família, tradição e da democracia conquistada com grande esforço, sacrifício, com sangue de muitos que lutaram e morreram por ela. Se tudo falhar e a Segurança Nacional ficar em risco, então as Forças Armadas cumprirão, como sempre cumpriram, a sua função constitucional. Mas precisamos nos esforçar, fortalecer nossas instituições político-sociais para que essa Intervenção não seja necessária.
Mas se for... Que os nossos militares não demorem a intervir, pois cada instante de atraso significará perdas irreparáveis para o Brasil e para cada um dos brasileiros, porque estaremos diante de uma guerra civil sem precedentes na nossa história.
Acredito que está mais do que na hora da sociedade civil voltar às ruas para mostrar seu apoio às nossas instituições, Polícia Militar, judiciário (especialmente o juiz Sérgio Aldo Mouro e a Operação Lava Jato), e às forças armadas brasileiras e também para pressionar nosso Legislativo para que os políticos entendam definitivamente que foram eleitos para nos representar e não para legislar em causa própria.
Armando Bartolomeu de Souza e Silva Filho integra a Central de Coordenação de Intervencionistas (CCI)

A RESPONSABILIDADE POLÍTICA DAS ELITES

                                                                                                        Jorge Maranhão
Pelo menos quatro campanhas pela ética na política e contra a corrupção de quatro grandes segmentos de cidadãos atuantes foram lançadas nos últimos anos, sem, no entanto, se articularem numa legítima ambição de abranger toda a sociedade. Se não, caro leitor, responda com honestidade se já tinha notícia de alguma delas ou mesmo as viu frequentar o espaço da grande mídia. De setores de entidades civis, de profissionais liberais,  sindicatos, igrejas e estudantes, vemos a continuidade da campanha do MCCE – Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que nos legou a Lei da Ficha Limpa, e que agora se dedica à causa da reforma política. Garanto que o leitor tem sido bombardeado pelas sugestões de reforma de nossos políticos, mas não do que propõem entidades civis da expressão de uma CNBB, OAB, UNE entre outras mais de cinquenta preocupadas com o tema. Ou de campanhas de entidades empresariais e algumas empresas singulares, como a do MBE – Movimento Brasil Eficiente (que propusemos que incorporasse também o fim ético, tornando-se MBE², uma vez que não existe eficiência sem ética), lutando pela simplificação e transparência tributárias, uma das maiores fontes da corrupção social. De setores dos operadores da Justiça, como os promotores públicos, temos acompanhado a campanha “O que você tem a ver com a corrupção” extrapolar até mesmo nosso território e ser recomendada como iniciativa da própria ONU. E ultimamente presenciamos a Campanha pela Moralidade Nacional que, de iniciativa originária no Clube Militar, tende a ganhar a adesão de várias outras entidades militares por todo o território nacional. Se muito tem se indignado cada um destes segmentos da elite de nossa cidadania, pouco tem sido articuladas estas iniciativas para a mobilização de toda a sociedade. Pois, se todas dependem da mídia de massa, pouco tem sido abordada a pauta que está por trás de tudo: a crescente onda de relativismo moral que enfrentamos. Talvez pelo fato do problema começar pelos operadores da própria mídia e ser de tal monta que acaba passando despercebido em meio a um noticiário alucinantemente dedicado a obsessiva cobertura dos delitos sem-fim de nossa classe política. Para além de a mídia de entretenimento estar dedicada a revolucionar os costumes morais tradicionais de um país "careta", como se referiu recentemente sobre a sociedade brasileira um famoso novelista campeão global de audiência.
Há anos firmamos a convicção de que tais iniciativas, por mais legítimas que sejam, não terão a força necessária de mudar nossos miseráveis costumes políticos se não se convergirem para o espaço público da mídia de modo unificado e simples, num formato que privilegie mais os enunciados de propostas do que análises profundas e dissertações eruditas. Pois é, sobretudo, na mídia que a corrupção dos valores morais do imaginário social brasileiro confunde conceitos e traveste de normalidade situações absolutamente anômalas. Se não entendemos a diferença entre o valor intrínseco da vida e as chamadas “condições de vida” de viés esquerdista, entre igualdade de oportunidades e igualdade social - que traz oculta a negação das leis pela celebração de privilégios corporativos, entre Estado e governos, entre legalidade e moralidade pública, entre Justiça e justiça "social", e principalmente entre responsabilidade política de todos, e para além de responsabilidade social de empresas, responsabilidade civil profissional, ou responsabilidade fiscal de governantes, não temos condições mínimas de autonomia, de pensamento, de liberdade, enfim. Liberdade, aliás, que de alteridade como manda a tradição filosófica, entre nós é trocada pela liberdade de identidade, alheia e a despeito da lei.
Uma elite de cidadãos conscientes e atuantes no Brasil tem a urgente necessidade de escolher entre o paradigma hobbesiano do homem como lobo do homem ou a utopia rousseauniana do bom selvagem! Ou seja, entre a ideia da tradição classicista do pecado original - que confirma o livre arbítrio da liberdade da escolha individual - e o romantismo do mito adâmico do homem puro e sem pecado, o qual só se torna "mau" e "pecador" pela ação deletéria da sociedade. Se no primeiro paradigma assumimos as consequências por nossas escolhas individuais como cidadãos livres, tornando possível a transição de uma cultura de transgressão para uma cultura de plena cidadania, no segundo modelo ideológico diluímos a responsabilização penal para toda a sociedade tornando-nos todos cúmplices da omissão política e transferindo cinicamente a culpa para as calendas de nossa formação histórica ibérica ou para a fatalidade da generalização do povo sem instrução elementar.
Urge a cada cidadão mais consciente e atuante reconhecer a sua responsabilidade política diante da verdadeira reforma cultural que o país deve enfrentar e que pode ser expressa em três pontos principais: 1) a construção de um novo imaginário social na mídia, sobretudo no que tange ao resgate de uma cultura política fundada em valores morais, superando “a voz das ruas” meramente reivindicatórias pela voz dos cidadãos responsáveis por propostas de políticas públicas consistentes; 2) a defesa de instituições de Estado fortes e independentes, em detrimento direto da burla do Estado-empresário, que garantam os valores constitucionais da vida, da justiça, da propriedade e da liberdade; e 3) a maior qualificação do debate público pela superação do dilema da alegada crise de gestão do setor público e a crise de valores do setor privado, raiz do mau tempo econômico que vivenciamos.
Hoje, sem sombra de dúvida, esta é a agenda indeclinável da cidadania. Se a Educação tem patinado ao longo das últimas décadas, e apresentado um viés doutrinário cada vez mais coletivista e relativista; se a Justiça tem se mostrado lenta, pouco eficaz, corporativista e o menos transparente dos poderes; e se a mídia não reconhece a sua própria responsabilidade cívica - como manda, aliás, o artigo 221 da C.F. sobre as premissas de sua concessão pública - diante da construção e difusão de valores morais, caberá a esses cidadãos atuantes, uma verdadeira elite da sociedade, os verdadeiramente melhores de nós, e não necessariamente os mais afortunados, tomar para si esta inadiável tarefa.
Desde o marco fundador da cidadania, a promulgação da Carta Magna na Inglaterra de 1215, até os dias atuais, o que entendemos como cidadania vem evoluindo. Num primeiro momento, a luta era por direitos sociais, expressa em filantropia e assistencialismos, seja pelas razões e ação das Igrejas, seja pelas razões e ação do Estado. Num segundo momento, a cidadania passa a ser vista como a defesa da legalidade e das conquistas civis, e a própria urbanidade, ideário iluminista que nos persegue até hoje. Mas ao longo do tempo, conforme essas conquistas se consolidaram, a definição de cidadania avançou para se repensar a relação entre cidadãos pagadores de impostos e eleitores, e aqueles eleitos para postos no poder público. Cidadania não é mais apenas a defesa de direitos, mas principalmente a compreensão de que a cada direito conquistado corresponde o dever de fiscalizar a execução dos orçamentos públicos, de cobrar de políticos e servidores a transparência e a moralidade pública inerente às funções que desempenham, e de que se trabalhe para a independência e valorização das instituições de Estado, a fim de se garantir efetivamente o fortalecimento da democracia, os alegados direitos sociais e as oportunidades iguais para todos. Por que as duas maiores revoluções culturais da humanidade ocorridas nas últimas décadas assim exigem: diante da conscientização ambiental sobre os limites de renovação dos recursos naturais do planeta e da abertura de dados pela tecnologia da informação sobre o interesse realmente público da ação dos governantes, o sentido da cidadania tem sido mais da ordem do dever político do que da mera reivindicação populista de direitos sociais ilimitados.
Depois de trinta anos de militância na mídia, estamos convencidos de que não superaremos nossa cultura de transgressão e omissão políticas, o corporativismo de nossas instituições jurídicas, as persistentes deficiências da qualidade de nosso ensino público, a degradação global dos valores morais da família e das igrejas e o imediatismo patrimonialista de nossa ação empresarial, sem um verdadeiro choque de mídia, a exemplo do que já ocorreu em democracias mais maduras. É urgente que nos reunamos numa só elite de cidadãos políticos as lideranças dos mais variados segmentos preocupados com a crise ética que nos degrada a todos. E isto só com uma grande campanha de mobilização nacional que capture e divulgue o pensamento de uma elite de cidadãos atuantes, verdadeiros agentes de cidadania que compreendem que controle social se faz com propostas objetivas e eficientes de políticas públicas e com participação permanente no debate público. Uma campanha mais cívica do que meramente publicitária, que nos apresente a nós mesmos. Por que esses agentes existem, e são muitos. Assim como suas propostas boas e inovadoras. Mas o que nos deprime, para além da recessão econômica, é a nossa ressaca moral. Na verdade, um fenômeno de mídia resultante de uma cobertura obsessiva e irresponsável de nossa miséria política, a consagração de uma “opinião publicada” de uma decantada cultura de transgressão a que somos fatalmente condenados por uma mera idiossincrasia doutrinária, uma fixação mórbida pelo fracasso, um compromisso com a derrota por antecipação, um arraigado complexo de vira-lata. Uma mídia vassala no acompanhar a chapa branca do poder constituído e não a ação inovadora da cidadania constituinte.
Como dizemos aqui no nosso Instituto A Voz do Cidadão: "Não basta aos cidadãos terem responsabilidade civil. Não basta às empresas terem responsabilidade social. Não basta aos governos terem responsabilidade fiscal. Para o país voltar a crescer, é preciso o compromisso de todos para com a responsabilidade política, expressão de uma verdadeira cultura de cidadania".

Jorge Maranhão é mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão

CARTA DE FÉ E DE CONFIANÇA


                                                                                                         Sergio Pedro Bambini
Há algum tempo, no limiar de completar 47 anos de serviço, deixei a Força Aérea Brasileira.
Em minha mensagem de despedida, enfatizei dois fatos, para mim, relevantes. Eu era o último Oficial-Aviador cuja formação dera-se, totalmente, no lendário Campo dos Afonsos. Também, e mais importante, eu era o último Oficial, que já fazia parte do Corpo de Oficiais da Aeronáutica no dia 31 de março de 1964.
Em minha formação de Oficial, durante os anos de Escola Preparatória e de Escola de Aeronáutica, em nossas aulas, pouco aprendemos e debatemos sobre diversos aspectos de nossa história, então, recente. Fatos relevantes, como a Revolução de 1930, a Revolução Constitucionalista de 1932, a implantação do Estado-Novo e a destituição de Getúlio Vargas eram, apenas, comentados ligeiramente. Esses fatos, ocorridos há menos de 35 anos da época em que vivíamos eram parte do passado e ponto. Fatos atuais como as revoltas de Jacareacanga e Aragarças, assim como a renúncia de Jânio Quadros, também, não eram fruto de estudos aprofundados.
Minha geração atual, composta de militares inativos deseja, com ardor insistente, que os militares da ativa sejam especialistas, solidários e responsáveis pelos valores do movimento revolucionário de 1964. Muito justo. No entanto, há que se considerar e ter presente que toda a geração de militares, hoje na ativa, das três Forças, é formada a partir do final dos anos setenta e depois.
A formação destes militares seguiu outros parâmetros, que, por sua vez, têm evoluído considerável e constantemente.
E isto é um fato!
Os valores, porém, dos militares de hoje são os mesmos dos militares de ontem. Eles são capazes, sim, de fazer, no presente, o que nós e aqueles que nos antecederam, fizemos no passado. Basta a Pátria necessitar e eles não lhe faltarão.
Os militares de hoje estão presentes e disponíveis. Procuram inteirar-se dos problemas e estudam suas soluções. Mantém a mentalidade operacional, com plena consciência que sua destinação é a guerra e o seu preparo a melhor dissuasão. Eles são exemplo e, por isso, plenamente aceitos pela sociedade brasileira, que neles deposita total confiança.
Tenhamos confiança e sejamos crentes.
Nossos militares trabalham além da simples obrigação formal. Eles vibram com a profissão que livremente escolheram. Vislumbremos que, para o cumprimento da missão a eles confiada, são igualmente importantes aqueles encarregados da atividade-fim e aqueles encarregados da atividade-meio, independentemente de postos ou graduações. Na Força Aérea, os que voam, os que fazem voar e os que apoiam o voo.
Eles sabem. São militares por opção própria e estão cientes que fortalecer a cadeia de comando é o caminho correto de aprimorar a mútua confiança entre superiores e subordinados, chave para o enfrentamento vitorioso de conflitos.
Eles vivem em constante aprimoramento da disciplina, pois  não a exercendo, ou não a exigindo, estarão corroendo um dos pilares básicos da Instituição Militar e  preservar esse baluarte é dever de cada um. Assim, estão conscientes, não podem ser tolerantes com pequenas faltas, que solapam a disciplina e tornam-se precursoras de grandes transgressões.
Eles exercitam e fortalecem, constantemente, as qualidades que são desejáveis no cidadão e requisitos de vida para o militar – patriotismo, civismo, honestidade, lealdade, coerência, dignidade, humildade, eficiência, ética,  confiança – lembrando que tais qualidades não são fracionáveis e definem o perfil do indivíduo.
Eles primam pela segurança no trabalho – qualquer trabalho – fazendo, cada um, sua parte para o bom andamento do serviço.
Não, meus caros companheiros de inatividade, os militares da ativa não são diferentes do que fomos.
Eles saberão honrar seu juramento e saberão agir se e quando necessário.
Confiemos e peçamos ao bom Pai que os abençoe, os ilumine e lhes dê a força necessária para cumprir sua missão.

Sergio Pedro Bambini é Tenente Brigadeiro tendo sido declarado Aspirante a Oficial Aviador em 1963 e foi Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

CRISE MORAL BRASILEIRA

Ivan Cosme de Oliveira Pinheiro
Sempre que analisamos uma crise em um país, atentamos para os campos do poder econômico, político ou militar, deixando de lado o psicossocial, invariavelmente afetado nessas.
O Brasil vive um momento incomum, a meu juízo, em que a maior crise que nos assola está localizada, basicamente, no campo psicossocial.
Por quê?
Ao contemplarmos de maneira bem ampla o desempenho generalizado de nossa população, vamos observar uma sociedade eivada de atitudes contrárias aos melhores costumes que indicam um desenvolvimento social e humano promissor.
Obviamente, a todos são mais perceptíveis os óbices políticos e econômicos, quer pela natural visibilidade de ambos, quer pelo modo direto que nos afeta. Entretanto, ao ampliarmos nossa observação e descermos aos detalhes da vida cotidiana do povo constataremos uma gama imensa e de caminhada progressiva de valores incorretos e mesmo invertidos na cultura brasileira. A tal monta e generalização esses valores foram conspurcados que nos passam por normalidade e são, a cada dia, independente de sua gravidade nociva, banalizados,
Não procurando dissecar toda uma lista, vamos exemplificar alguns, digamos “maus hábitos” nossos. Não é mais possível admitir que, de maneira, anti-higiênica e incivilizada, nossas cidades convivam com montanhas de lixo acumuladas em qualquer local, indiscriminado e irresponsavelmente escolhido pela população. Via de regra, o critério de escolha desses locais passa, inicialmente, pelo afastamento de sua região de circulação e em ato contínuo a preguiça das pessoas e a falta de ação dos órgãos públicos responsáveis se incumbem de criar a nova e impactante lixeira indevida.
Movendo a observação, teremos de focar, sem muito esforço, o trânsito de nossas ruas e estradas. Dentro de uma ótica totalmente irracional e maléfica, grande número de brasileiros fazem do nosso trânsito uma área de imposição de suas vontades, necessidades e desejos, cometendo verdadeiros crimes, a todo instante, enquanto conduzem seus veículos. Esses maus cidadãos se comportam como se regras sociais e leis não mereçam qualquer tipo de atenção e obediência, ignorando, ao seu lado, outro cidadão em pleno gozo de seu direito de ir e vir, diga-se de passagem, legalmente constituído. E lá vão eles pelos acostamentos, contramãos de ruas, espaços restritos selecionados para determinados veículos, que não o seu ou, ainda, invadindo faixas de pedestres e avançando sinais, em comportamentos criminosos, quando não assassinos.
O brasileiro, via de regra e em grande proporção, se julga no direito de colocar seus desejos (e não direitos) acima de qualquer coisa. Permite-se à busca incansável de levar vantagem em todas as situações e momentos. Dentro desse escopo, a corrupção (corruptores e corrompidos) surge como mais uma atualmente, onipresente mazela nacional. Não é difícil imaginar como ela se espalhou em nossas vidas nas mais variadas gradações, mas todas perniciosas. O mundo atravessa uma fase em que o “ser” deu lugar ao “ter”, mercê da generalização impositiva do livre comércio. O lado interior das pessoas não conseguiu acompanhar os estímulos à conquista material. A todos foi sinalizado que o “ter mais” é e deve ser o valor predominante. Até o conhecimento, anteriormente forma de distinção, hoje objetiva o poder material. A tal ponto se faz essa procura que até se esquece de que a vida é finita e se chega à morte, buscando acumular mais riquezas. Acresça-se a isso que nós brasileiros somos dados a certo “ser dono da verdade” que a tudo justifica, mormente, se aliado ao nosso traço marcante de ser o primeiro ou o maior em tudo que for possível. Nossas disputas pelo poder chegam às raias das religiões que, em nome de Deus, pugnam por lideranças e primazias, olvidando a missão maior de ligar as pessoas antes que afastá-las. Este quesito não é uma especialidade nacional.
Temos alguns problemas sérios a serem superados, destacando-se nossa insipiente educação institucional (que as elites insistem em não valorizar de fato e sim em discursos), nossa carente formação civilizatória (desprezada desde a infância) e nossa tendência ao descompromisso e indisciplina (talvez forçados por componentes étnicos).
Nossa política (e nossos políticos, por conseguinte) busca acima de tudo, maior parte das vezes, objetivos, totalmente, divorciados da causa democrática e legal de atingir o bem comum. Transmuta-se em ferramenta empresarial de enriquecimento daqueles que um dia se disseram, no momento eleitoral, defensores das causas populares. O povo, cada vez mais, é massa de manobra e só. Justifica-se, aí a verdadeira necessidade dos políticos brasileiros, em sua maioria, de mantê-lo na ignorância cúmplice para a conquista e manutenção do poder.
Como mudar?
Há que se ter uma determinação férrea para alcançar, sabe lá Deus quando, um desenvolvimento desejável dessa Nação. Que se pode vislumbrar como caminho de redenção moral (esse é o mal maior, a meu juízo) é um planejamento ajustado em que as Instituições permanentes do país se esforçarão, diuturnamente, para educar, na mais estrita acepção da palavra, toda essa população. Uma educação ampla, seja curricular, seja extracurricular, voltada para civilizar a todos, com ordem, buscando progresso. Temos que ter uma mídia consciente de seu papel primordial de levar valores positivos ao povo e não àqueles que interessam, doutrinariamente, a parcelas ideológicas e sectárias da Nação.
Uma grande verdade sobreleva.
O grande responsável pelas mudanças que se impõem é o povo, que, cristalinamente, é o grande beneficiário do resultado final a ser alcançado. A meta longínqua será atingida quanto maior for seu empenho, seu discernimento, seu crescimento e sua vontade como Nação politicamente organizada.
Sabemos que crescemos na dor e, hoje, está doído viver nesta Terra de Santa Cruz.
A hora é agora!

Ivan Cosme de Oliveira Pinheiro é coronel do Exército Brasileiro e diretor de Comunicação Social do Clube Militar e professor universitário.

O NOVO BRASIL PÓS-OPERAÇÃO LAVA JATO

Sérgio Roberto Braga de Sá
Após completados 500 dias da Operação Lava Jato no dia 30 de julho de 2015, todo brasileiro minimamente informado é capaz de perceber que muita coisa mudou no Brasil durante este período, em que se desenvolve a maior ação contra a corrupção e a lavagem de dinheiro já realizada em nosso país, no bojo do maior desvio de recursos públicos de nossa história.
O trabalho da equipe formada por Procuradores da República, pelo Juiz Federal Sérgio Moro e por Delegados e Agentes da Polícia Federal, no âmbito da operação que se encontra hoje em sua décima-oitava fase, vem demonstrando o quanto as investigações têm ido a fundo: sabe-se, hoje, que o dinheiro desviado no maior escândalo de corrupção conhecido no planeta Terra teria viajado por mais de 20 países, numa tentativa, frustrada, de esconder as provas e o produto dos crimes perpetrados. Ao seguir o dinheiro, a força-tarefa da Lava Jato está encontrando os fios das meadas que demonstram a que ponto chegaram os criminosos em sua sanha insaciável de praticar crimes, lesando, em última instância, o Povo, em um país cujas Educação, Saúde e Segurança Públicas são uma vergonha e um tapa na cara da população.
Mas como o que está ruim sempre pode piorar vemos, agora, as investigações do Petrolão levando ao conhecimento daquilo que alguns já chamam de Eletrolão, à semelhança das práticas criminosas sistemáticas contra a Petrobrás. Como se já não bastasse tanta notícia ruim, temos, mais recentemente, a presença do escândalo alcançando 5 Ministérios, a demonstrar que a ação criminosa sistêmica incrustada no Estado brasileiro tornou-se um modo de vida, um jeito de ser daqueles meliantes que encontram nela, e somente nela, o seu  meio de viver nababescamente, usufruindo de quantias bilionárias em prejuízo da Nação. Alguém já disse que, na Lava Jato, quando se puxa uma pena, vem uma galinha. Ficamos a imaginar, estarrecidos e indignados, quantas granjas serão encontradas ainda, quando se puxarem penas em outras paragens, como nos fundos de pensão, no BNDES, etc.
Entretanto, para orgulho dos brasileiros, a Lava Jato encontra-se a pleno vapor. Para orgulho dos brasileiros e para o pânico dos criminosos: quando achavam que haviam se livrado do Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Joaquim Barbosa, eis que surgem no horizonte de nossa Pátria Amada o Juiz Federal Sérgio Moro, o Procurador da República Deltan Dallagnol ( coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba ) e seus doutos colegas, e a Polícia Federal, realizando um trabalho diuturno, incansável, meticuloso e aterrorizante para os gatunos de plantão, o que resultou, somente nos 500 dias iniciais das investigações, em 46 prisões temporárias, 48 prisões preventivas, 138 pessoas denunciadas, 30 pessoas condenadas, R$ 870 milhões recuperados e R$2,4 bilhões bloqueados em contas bancárias estrangeiras e nacionais.
Porém, e este é o motivo principal deste texto, para que haja realmente uma mudança de paradigma no que concerne ao combate à corrupção no Brasil, faz-se necessário que o povo participe, ativamente, deste momento histórico, com ações eficazes que tragam consequências práticas. Há que se atacar a engrenagem que permite que a corrupção ocorra, exigindo dos legisladores que se acabe com os mais de 22 mil cargos de confiança no Governo Federal, dando ensejo à ocupação dos cargos apenas por mérito. Além disso, é necessário que os corruptos permaneçam por mais tempo encarcerados e devolvam o dinheiro que tanta falta faz à Saúde, Educação e Segurança Públicas.
É nesse sentido que tenho a honra de dirigir-me aos sócios do Clube Militar para conclamar todos a participarem da Campanha “10 MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO”, do Ministério Público Federal, que visa a apresentação de projetos de lei de iniciativa popular que, aprovados, permitirão um combate muito mais eficaz a este crime que tantos prejuízos traz à Nação. O Juiz Sérgio Moro, os Procuradores e os Delegados da Lava Jato já assinaram, mas são necessárias um milhão e meio de assinaturas. Basta acessar o link que encontra-se ao final deste artigo, imprimir a lista de apoiamento, assinar e entregar no Ministério Público Federal mais próximo, ou encaminhar via Correios para o MPF de Curitiba. Se possível, divulguem para o maior número de patriotas possível, civis ou militares.
Acredito, firmemente, que assim teremos um novo Brasil após a Operação Lava Jato, onde a corrupção não seja endêmica, nem produza metástases, como afirmou recentemente um dos Procuradores da República responsáveis pelas investigações.

Link para a Campanha “10 Medidas Contra a Corrupção”  –  10medidas.mpf.mp.br

Sérgio Roberto Braga de Sá é médico, bacharel em direito, especialista em Direito Público, segundo-tenente R2 do Exército Brasileiro e sócio do Clube Militar.

A MORALIDADE NOSSA DE CADA DIA

Por Nilo Paulo Moreira

Setembro de 2015. Mensagem recente do Papa Francisco exortou o povo cubano a “confiar mais em homens do que em ideologias”, indisfarçada alusão a regime há muito desmascarado na enganação de promover o bem-estar geral da população caribenha. Dias depois, organismos de fiscalização ambiental revelaram fraude redutora de até 40% nas emissões poluentes de carros da Volkswagen examinados nos Estados Unidos. Até tu, Volks? indagaria ingênuo desavisado das engrenagens colossais de certas trapaças, nem tão difíceis de reconhecer em suas origens mais ou menos conexas. O fenômeno social das massas, no Século XX, amplificou benesses e mazelas à estratosfera, na afluência consumista da competição entre produtos, empresas e nações, e na proliferação descontrolada de contrastes humilhantes, flagelos ambientais, violência e guerras enraizadas no abandono de valores morais. Por outro lado, o aviltamento político parelho à doutrinação totalitária alimentou o ovo da serpente desses tristes tempos de moralidade frágil, cada vez mais inspirados na célebre máxima nazi-goebbeliana - “mil vezes repetida, uma mentira torna-se verdade”. Infelizmente, o lema adquiriria tons dominantes no Sec XXI. Outubro de 1917. A Revolução Bolchevique depõe o Czar, desmobiliza as tropas russas na 1ª Guerra Mundial, exalta a falsa ditadura do proletariado, exacerba o aparelhamento do Estado, massacra opositores, institui privilégios odiosos e internacionaliza a ordem revolucionária no atropelo orquestrado do livre ordenamento político de povos e nações, a partir de chavões falaciosos. Doravante, mistificações gigantescas campeariam nas sociedades planetárias. Quase cem anos transcorridos da gênese comunista, e vinte e cinco o Muro de Berlim arrasado, resquícios de revolucionarismo colegial persistem ao sul do Equador, exotismo tragicômico de anacronismo sepultado no berço natal, todavia resiliente em governanças continentais retrógradas. Dispensável afirmar não comportar a inoculação exclusiva da maldade global ao ideário marxista, mas o viés do desregramento na tomada do poder, estimulação fratricida da luta de classes, desapreço a instituições milenares, repressão virulenta ao livre pensar e violação declarada do jogo democrático fizeram-no ameaça contundente ao equilíbrio psicossocial da humanidade. O que entrelaça a derrocada castrista, o escândalo da Volks, o comunismo soviético e os bolivarianos do Foro de São Paulo? Certamente, a banalização institucionalizada do engodo. Na senda comum da patifaria macunaímica automobilística, cevada na ganância desmedida de mercado potencialmente indiferente aos bons costumes organizacionais, as referências totalitaristas ilustram expressões de ideologia ainda perversa na propagação de balelas irrefutáveis para mentes oportunistas, e corações inocentes úteis. Vicejam, assim, as semelhanças extraídas de igual matriz destrutiva da verdade.
No Brasil, assolado por extraordinários desafios históricos mal resolvidos, a tsunami antiética atingiu sintomas impositivos de UTI para tratamento indeterminado. Mesmo escoladas na convivência frequente de situações e comportamentos pouco edificantes, multidões se espantam diante do massacre incessante de notícias expondo conchavos criminosos de políticos, empresários e dirigentes de estatais. Escândalos parecem não ter fim, atolados no charco da corrupção ceifadora de reputações construídas ao arrepio da moralidade no trato da coisa pública. Reagir é preciso, neste oceano de gravíssimo comprometimento da economia, de poderes republicanos e, sobretudo, de estamentos da nacionalidade. Improrrogável serem adotadas providências para extirpar as causas dos malefícios anunciados, ninguém duvida. Contudo, consideradas conversas informais, redes sociais, e manifestações infindáveis, ressaltam indícios de bacharelismo oratório incapaz de transformar realidades próximas, embora não raro as desprezemos. Proclamar ao léu antecedentes históricos, elementos formativo-culturais ou soluções simplistas não coibirão a reincidência malsã de lava-jatos e mensalões, subprodutos alentados de flagrante deformação coletiva insensível ao cumprimento de regras comezinhas. Se a moral consiste na formulação, e aceitação, de acervo de princípios incluindo, entre outros, honestidade, fraternidade e justiça, transgressões sistematizadas atribuídas a significativos percentuais de determinado agrupamento social provocam a ruptura dos pilares grupais. Moralidade, portanto, não expressa especulação filosófica inconsequente ou moralismo piegas abstraído de valoração real, mas necessidade imperativa para aprimorar a aventura humana, e para isso é preciso praticá-la no dia a dia. Enquanto a malandragem inglória, os jeitinhos marotos, os pequenos grandes delitos cotidianos, a tolerância à impunidade e insofismáveis nuances de parcela comportamental da cultura brasileira não forem desmerecidos pela maioria da população, sofreremos maracutaias em série. Reformas políticas, governantes messiânicos e o simples ainda que indispensável martelar dura lex sed lex pouco significam sem a apreensão legítima de preceitos indispensáveis à coexistência terrena. Sou otimista, não poderia ser diferente. Mas a persistirem sinais fechados desrespeitados no trânsito, objetos lançados em logradouros públicos, jogadores de futebol espezinhando árbitros em penalizações de simulações ostensivas de faltas, saques de caminhões acidentados, atestados médicos falsificados para justificar faltas ao trabalho, a politicalha obscena e tantas violações éticas consentidas no acumpliciamento generalizado, nada haverá a comemorar. Dia antevejo, entretanto, em que os herdeiros das atuais gerações restaurarão a moralidade combalida por maus conterrâneos, no desanuviar feliz do célebre desafio proposto pelo velho Rui, desencantado diante do seu tempo – “Ou todos nos lucupletemos, ou restaure-se a moralidade”. A Campanha pela Moralidade, do Clube Militar, oferece excelente oportunidade para acelerar a construção do futuro almejado. Nilo Paulo Moreira é Cel de Cavalaria.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Universitário se recusa a fazer trabalho sobre Marx


 Universitário se recusa a fazer trabalho sobre Marx 

 

 *Universitário se recusa a fazer trabalho sobre Marx e escreve carta ao seu Professor. Um estudante universitário de Santa Catarina se recusou a fazer um trabalho sobre cientista político e economista alemão Karl Marx e resolveu escrever uma carta ao professor do curso de Relações Internacionais e divulgar o conteúdo na internet. A carta, segundo João Victor Gasparino da Silva, de 22 anos, foi uma forma de protestar. "Queria uma universidade com o mesmo espaço para todas as ideias e ideologias, sem proselitismo, sem doutrinação", explicou. A Universidade do Vale do Itajaí (Univali), na qual o jovem estuda, disse que não vai se pronunciar sobre o assunto. Segundo João Victor, que estuda Relações Internacionais, o pedido do professor foi para que os estudantes respondessem três questões sobre a teoria de Marx. Ele contou que chegou a pensar em responder de forma neutra, mas mudou de ideia. "Algo me segurava, nem cheguei a considerar dar a minha opinião no trabalho. Até que veio a ideia da carta", disse. Conforme o estudante, o protesto não foi contra o professor, mas foi uma forma de demonstrar descontentamento em relação à academia. "Faz tempo que estou indignado com o que vem acontecendo em nosso país. Os meios acadêmicos e culturais cada vez mais fechados, os intelectuais de direita cada vez mais lançados ao ostracismo. Resolvi ser a voz de brasileiros que não encontravam espaço para se manifestar, seja por falta de meios, seja pelo próprio medo", disse. Ao escrever a carta, o estudante disse que já sabia que iria divulgar na internet, não seria apenas destinada ao professor da disciplina. "Uma amiga blogueira do Maranhão sugeriu divulgar na internet, ela se encarregou disso. Se nosso país realmente tivesse um meio acadêmico e cultural ideologicamente equilibrado, não seria tão necessária esta carta", argumentou. Confira abaixo a íntegra da carta: **"Caro professor, Como o senhor deve saber, eu repudio o filósofo Karl Marx e tudo o que ele representa e representou na história da humanidade, sendo um profundo exercício de resistência estomacal falar ou ouvir sobre ele por mais de meia hora. Aproveito através deste trabalho, não para seguir as questões que o senhor estipulou para a turma, mas para expor de forma livre minha crítica ao marxismo, e suas ramificações e influências mundo afora. Quero começar falando sobre a pressão psicológica que é, para uma pessoa defensora dos ideais liberais e democráticos, ter que falar sobre o teórico em questão de uma forma imparcial, sem fazer justiça com as próprias palavras. Me é uma pressão terrível, escrever sobre Marx e sua ideologia nefasta, enquanto em nosso país o marxismo cultural, de Antonio Gramsci, encontra seu estágio mais avançado no mundo ocidental, vendo a cada dia, um governo comunista e autoritário rasgar a Constituição e destruir a democracia, sendo que foram estes os meios que chegaram ao poder, e até hoje se declararem como defensores supremos dos mesmos ideais, no Brasil. Outros reflexos disso, a criminalidade descontrolada, a epidemia das drogas cujo consumo só cresce (São aliados das FARCs), a crise de valores morais, destruição do belo como alicerce da arte (funk e outras coisas), desrespeito aos mais velhos, etc. Tudo isso, sintomas da revolução gramscista em curso no Brasil.
 A revolução leninista está para o estupro, assim como a gramscista está para a sedução, ou seja, se no passado o comunismo chegou ao poder através de uma revolução armada, hoje ele busca chegar por dentro da sociedade, moldando os cidadãos para pensarem como socialistas, e assim tomar o poder. Fazem isso através da educação, o velho e ‘’bom’’ Paulo Freire, que chamam de ‘’educação libertadora’’ ou ‘’pedagogia do oprimido’’, aplicando ao ensino, desde o infantil,   a   questão   da    luta    de    classes,
sendo assim os brasileiros sofrem lavagem cerebral marxista desde os primeiros anos de vida. Em nosso país, os meios culturais, acadêmicos, midiáticos e artísticos são monopolizados pela esquerda há meio século, na universidade é quase uma luta pela sobrevivência ser de direita. Agora gostaria de falar sobre as consequências físicas da ideologia marxista no mundo, as nações que sofreram sob regimes comunistas, todos eles genocidas, que apenas trouxeram miséria e morte para os seus povos. O professor já sabe do ocorrido em países como URSS, China, Coréia do Norte, Romênia e Cuba, dentre outros, mas gostaria de falar sobre um caso específico, o Camboja, que tive o prazer de visitar em 2010. Esta pequena nação do Sudeste Asiático talvez tenha testemunhado o maior terror que os psicopatas comunistas já foram capazes de infligir sobre a humanidade, primeiro esvaziaram os centros urbanos e transferiram toda a população para as zonas rurais. As estatísticas apontam para uma porcentagem de entre 21% a 25% da população morta por fome, doenças, cansaço, maus-tratos, desidratação e assassinadas compulsoriamente em campos de concentração no interior. Crianças também não escaparam, separadas dos pais, foram treinadas para serem "vigias da Revolução’’, denunciando os próprios familiares, quando estes cometiam "crimes contra a Revolução’’. Quais eram os crimes? Desde roubar uma saca de arroz para não morrer de fome, ou um pouco de água potável, até o fato de ser alfabetizado, ou usar óculos, suposto sinal de uma instrução elevada. Os castigos e formas de extermínio, mais uma vez preciso de uma resistência estomacal, incluíam lançar bebês recém-nascidos para o alto, e apanhá-los no ar, utilizando a baioneta do rifle, sim, isso mesmo, a baioneta contra um recém-nascido indefeso. Bem, com isto, acho que meu manifesto é suficiente, para expor meu repúdio ao simples citar de Marx e tudo o que ele representa. Diante de um mundo, e particularmente o Brasil, em que comunistas são ovacionados como os verdadeiros defensores dos pobres e da liberdade, me sinto obrigado a me manifestar dessa maneira, pois ele está aí ainda, assombrando este mundo sofrido. Para concluir gostaria de citar o decálogo de Lenin: 1. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual; 2. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação em massa; 3. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais; 4. Destrua a confiança do povo em seus líderes; 5. Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo. 6. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no Exterior e provoque o pânico e o desassossego na população; 7. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País; 8. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam; 9. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes, nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa; 10. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa. Obrigado, caro professor, pela compreensão". Ass.: João Victor Gasparino da Silva.


(*) Texto circulante no Face Book
(**) Texto circulante no Face Book